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Filme: Piaf - Um Hino ao Amor

Dona de amores e destinos trágicos, numa vida cheia de fatos, no mínimo, bizarros e novelescos (mexicanos), temos Edith Piaf, ícone da música francesa por toda eternidade, intérprete de canções cheias de amor, amargura, dor e esperança. O que a torna ainda mais especial e verdadeira, é que ela mesma vivencia os conteúdos das letras que interpreta. Todas remetem, direta ou indiretamente, a momentos de sua vida e suas emoções. 


E assim como seus dramas, Edith Piaf também é pesada, por ser uma menina que deixa de ser cantora de rua para se tornar uma Diva de amores malfadados, e com gosto pela autodestruição no álcool e nas drogas. E o filme dá conta de mostrar todos esses lados sem julgamento algum. Não se trata de uma cinebiografia romanceada, ou excessivamente reverente - como a de Cazuza, por exemplo. O diretor se propõe a fazer um retrato mais próximo da realidade, escolhendo eventos específicos para enfatizar Edith Piaf como quem realmente era - alguém que nunca viu separação entre a persona dos palcos e a "vida real", cuja arte refletia sua própria vida e vice-versa. 

Mesmo com todas as boas atuações, os olhos realmente se voltam à Marion Cotillard, que ganhou o Oscar de melhor atriz - merecidamente - pela sua interpretação MAGNÍFICA de Piaf. Sua interpretação é tão rica de detalhes, que é impossível ver uma atriz ali. Ela chega a reproduzir fielmente todos os trejeitos, expressões, jeito de andar e falar, o modo tirânico de tratar todas as pessoas que ama, sua filosofia de vida de não se arrepender de nada, até mesmo o jeito de se apresentar no palco. É de tirar o fôlego. 

Ao final do filme, o espetáculo da voz e personalidade de Edith Piaf se encerra. Triunfante. Os créditos passam em absoluto silêncio, reverentes. As luzes da sala se acendem, e TODOS os presentes estão às lágrimas. E é isso que eu chamo de cinema! 

#Trecho de Quinta

Na sexta...



"Quero uma primeira vez outra vez. Um primeiro beijo em alguém que ainda não conheço, uma primeira caminhada por uma nova cidade, uma primeira estreia em algo que nunca fiz, quero seguir desfazendo as virgindades que ainda carrego, quero ter sensações inéditas até o fim dos meus dias. 
[...]
Queria não me sentir tão responsável sobre o que acontece ao meu redor. Compreender e aceitar que não tenho controle nenhum sobre as emoções dos outros, sobre suas escolhas, sobre as coisas que dão errado e também sobre as que dão certo. Me permitir ser um pouco insignificante."

Martha Medeiros em Doidas e Santas

#a tatto que eu queria ter feito

"Alice: Quanto tempo dura o eterno?
Coelho: As vezes apenas um segundo."

Lewis Carroll em Alice No País das Maravilhas







Hannibal - A Série

Se você tiver preconceito com a série por não conseguir imaginar um Hannibal que não seja o Anthony Hopkins, ESQUEÇA! Eu tive esse preconceito e me arrependo, pois foi por conta dele que demorei a ver a série. E, como vez por outra, me dou o direito de vir aqui indicar algo de futuro pra vocês, meus gafanhotos, vamos lá! 




A história, como já era de se esperar, é baseada na vida do Dr. Hannibal Lecter, o psiquiatra-sociopata-canibal mais amado da ficção. Em suas 3 temporadas, consegue-se perceber elementos e personagens vindos dos livros que deram origem aos filmes que conhecemos: O Silêncio dos InocentesHannibalDragão Vermelho e Hannibal - A Origem do Mal .  


Diálogos extremamente inteligentes, assassinatos requintados, um perverso estilo do diretor de fotografia exaltando com beleza as cenas mais terríveis, e uma dose extra de suspense e canibalismo compõe essa produção. Apesar de ter sido adaptada de uma franquia bem-sucedida na literatura e no cinema, o seriado nunca foi um sucesso de público, ele exige muita atenção do espectador e, por isso, julgo ser uma série para poucos, mas você não precisa ser um sucesso para deixar a sua marca, não é?


Delicie-se e Bon Appetit.