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# Recordar é Viver: Forrest Gump - O Contador de Histórias




O que há de tão especial na vida de Forrest Gump para que sua vida fosse contada em um dos filmes de maior sucesso de Hollywood na década de 1990 e ganhador de seis Oscars em 1995? Quantas pessoas não já fizeram essa pergunta? Eu confesso que a história me impressionou muito (e impressiona até hoje). Desde o início acompanhamos a trajetória de Forrest Gump (Tom Hanks) contada por ele mesmo para qualquer pessoa que estivesse ao seu lado enquanto espera em um ponto de ônibus. Forrest se mostra um sujeito totalmente ingênuo e inocente, com uma capacidade intelectual muito abaixo do normal e por conta disso, sofre com diversos tipos de preconceito. Mas, mesmo desacreditado e usado por muitos para interesses alheios, Forrest supera todos os obstáculos e consegue ganhar na vida. Torna-se um jogador famoso de futebol americano, de pingue-pongue, luta na Guerra do Vietnã, monta uma empresa de pesca, se forma na faculdade e recebe diversas homenagens do governo americano. Enfim, de uma forma ou de outra, acaba envolvido em alguns dos fatos mais importantes dos Estados Unidos na década de 1940. E tudo isso mantendo sua visão idealista e bondosa do mundo. Ele faz questão de cumprir a promessa de que faz ao seu amigo Bubba durante a guerra e de salvar o maior número possível de soldados no conflito. Também nutre uma paixão por Jenny Curan (Robin Wright Penn), que conheceu logo quando criança.










Forrest Gump pode ser visto de duas formas. A primeira é enxergar o filme como uma crítica aos próprios americanos e a todos aqueles que estigmatizam os, digamos assim, “diferentes”. Afinal, Forrest sempre foi chamado de burro, excluído de todos os tipos de atividades por uma sociedade extremamente conservadora ou mesmo usado para o interesse particular de alguns. Logo, todos nós temos um pouco de Forrest Gump quando nos submetemos ao sistema (e quando somos excluídos por estar fora dele), mesmo que não percebamos isso. Mas, mesmo assim, Forrest supera tudo: participa de diversos acontecimentos, fica famoso e reconhecido pelo que fez e fatura muito dinheiro. A segunda maneira é interpretar o filme como uma propaganda americana. Forrest trabalhou muito, lutou, superou as dificuldades e conseguiu uma vida confortável, com tudo o que o american way of life oferece. Esse era o grande lema do capitalismo: com o trabalho de cada um, todos podem viver numa sociedade igual e feliz. Resumindo, Forrest também pode ser visto como um símbolo do capitalismo dos Estados Unidos. (O filme se passa em 1954, ou seja, era apropriado para a época). E é claro que um filme assim na década de 1990 é uma massagem no ego de todos os americanos. Isso com certeza pode explicar a vitória de Forrest Gump como melhor filme contra o excelente Pulp Fiction. Talvez a própria intenção do diretor tenha sido colocar o espectador em dúvida sobre o real sentido do filme.






Tom Hanks é absolutamente brilhante em cena. Consegue trazer para o espectador a simpatia, graça e ingenuidade típicas que caracterizam seu personagem. Também é muito engraçado em diversos momentos, mesmo que seu objetivo não fosse esse. Por isso, traz uma personalidade única ao seu personagem. Bubba, personagem de Mykelti Williansom é a versão mal sucedida de Forrest Gump. Sempre alegre, divertido e sonhador ele vê em Forrest um amigo único e que o entende perfeitamente. Porém, sua morte na guerra ao lado do companheiro frustra seus sonhos de montar um barco de pesca para conseguir muitos camarões. Por ser negro, seu “fracasso” na vida também pode ser visto como uma crítica ao racismo por parte do diretor. Jenny, muito bem interpretada por Robin Wright Penn, é uma mulher que sofre com os traumas da infância e sempre se envolve em situações perigosas. Ela foge de Forrest, embora pareça realmente estar feliz quando está próxima a ele. O fato é que Forrest Gump é um filme para ser visto algumas vezes, até para que consigamos entender outros sentidos implícitos na produção. E claro, é uma ótima opção de entretenimento para pessoas de qualquer idade.

Espero que tenham gostado!

Bjok's e até!
;)

2 comentários

  1. Eu gosto mto desse filme. Choro sempre!

    É uma mensagem de superação muito grande. *.*


    BjoO
    Pri
    Entre Fatos e Livros

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  2. Esse filme já virou um clássico absoluto. Tom Hanks já era um excelente ator, talvez um dos melhores de sua geração, e ainda hoje.
    Essef filme nos revela inúmeras situações no cotidiano, indo do drama à cenas engraçadas de maneira sutil, e que só deixa a gente mais ligado ainda na trama do filme.
    Uma ótima indicação para uma pessoa que sabe o que está escrevendo.
    Sucesso.
    Beijo

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